terça-feira, 3 de julho de 2018

É imprescindível mudar!

Este é um blog destinado aos apaixonados da mobilidade eléctrica, mas que ao mesmo tempo mantém os pés na terra, e não fecha os olhos às limitações que ainda apresentam actualmente. Acredito que elas tenderão a desaparecer ao longo do tempo, e tal torna-se essencial se queremos reduzir uma boa percentagem do impacto humano sobre o descontrolado aumento do dióxido carbono responsável pelas alterações climáticas.
É verdade que a mobilidade eléctrica não vai resolver todos os problemas, até porque o transporte rodoviário apenas é responsável por cerca de 35% das emissões de gases de estufa, mas é um passo importante que deve ser dado o mais rápido possível.
Por isso, desde 2015 que tenho procurado dar o salto para trocar o meu velho ICE (Internal Combustion Engine) por um VE (Veículo Eléctrico), mas deparei-me com uma triste realidade que me tem levado a adiar a tomada deste passo... É que sou um português típico que tem a sorte de ganhar acima do salário mínimo, mas que está longe de ser rico. Num tempo em que os veículos eléctricos continuam relativamente caros, quando comparados com os a combustão mais acessíveis, acrescentando o facto de apenas termos um incentivo do estado de 2.250€ limitado às primeiras 1000 aquisições (quando noutros países chega aos $7.500), e nem sequer temos reduções nas portagens ou no estacionamento público (não considero o exemplo da EMEL, pois acho que Portugal é muito mais que a cidade de Lisboa), nada disto abona a favor da adopção em massa desta opção.

É verdade que o espírito ambiental é muito importante, mas enquanto não virmos uma vantagem clara na nossa carteira, a mudança do ICE para o VE continuará a ser muito lenta, e por isso, acho que ainda é essencial o estado apoiar esta mudança com incentivos de todo o género.

Por isso, mais do que criticar, proporia o seguinte:
  • Reduções em portagens das auto-estradas e SCUTs;
  • Reduções nos seguros automóveis;
  • Isenção de pagamento nos estacionamentos públicos em qualquer cidade do país;
  • Isenção do imposto do IVA para particulares (à semelhança do que existe para empresas);
  • Continuação da isenção no imposto automóvel;
  • Redução na tarifa eléctrica para os proprietários de um VE;
  • ...
E com isto talvez nos aproximássemos mais da realidade da Noruega. Falamos de um país onde 50% dos veículos novos são eléctricos ou híbridos plug-in, e este povo está a virar-se completamente para esta onda, não tanto por ser muito ecológico, mas porque é mais rentável financeiramente:


Vale a pena reflectir com estes exemplos, e pensar no que que o nosso governo poderia fazer mais. Infelizmente, os elevados impostos decorrentes da venda de combustíveis fósseis, mais uma data de impostos que se aplicam a quem tem um carro, torna difícil abrir mão desta fonte de rendimento. É pena o exemplo não vir de cima, e ter de ser o Zé Povinho a tomar a dianteira da mudança.

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