Neste episódio aprendemos duas formas de extração de lítio: a que está em curso na América do Sul fazendo recurso a lagos salgados semelhante às salinas, e aquela retirada directamente da rocha que a Austrália já implementa, e que se pretende também fazer aqui em Portugal.
Embora suscite muitos receios por parte dos locais onde as análises e a prospeção estão em curso, penso que estamos de acordo que zonas protegidas devem continuar a ser protegidas. Quanto às restantes, parece-me que a extração pode ser realizada de uma forma segura sem impactos gravosos para o ambiente, desde que todos os cuidados sejam aplicados desde o início, e não fazendo-a de qualquer maneira apenas buscando o baixo custo.
É interessante ver como de repente o medo se instala quando se vê a possibilidade de minas nas vizinhanças. Enquanto que no petróleo, a extração acontece bem lá longe nas Arábias, para nós está tudo bem... quando acontece bem cá perto, já é um problema. Isto não soa a um comportamento hipócrita?
Este é um documentário feito em 2010 sobre o ouro branco da Bolívia. Ainda estávamos nos inícios da revolução eléctrica. Como a pressão mundial se fazia sentir sobre a presidência de Evo Morales, e como esta mesma pressão pode estar a esgotar os recursos naturais da Bolívia. Este é o problema que muitos países enfrentam: ou deixam os seus recursos ser explorados para trazer riqueza às populações nativas podendo, no reverso da moeda, trazer consequências futuras, ou deixam-se ficar na pobreza. Se nos colocássemos nos seus sapatos, o que faríamos?
Apesar desta questão sem resposta, uma lição se pode tirar a partir da experiência deste país. O governo não se deixou levar pela pressão das grandes corporações estrangeiras, mas também não rejeitou a exploração deste recurso. Preferiu em primeiro estudar a forma mais eficiente e menos impactante de explorar este recurso, de forma a evitar os mesmos erros do passado. Deliberadamente atrasou a disponibilização deste elemento ao mundo.
Este vídeo mais recente explica como actualmente se processa a extração do Lítio. É o processo de mais baixo custo, e apenas envolve bombear água para o subsolo para depois levá-la para piscinas, onde por evaporação apenas fica o sal. Sal cheio de minerais como o Lítio, Potássio e Magnésio. É um processo físico e 100% natural sem utilização de químicos artificiais. Este sal é depois reencaminhado para uma refinaria onde a separação dos minerais é feita.
Contudo, um problema sério surge aqui. Bastante água é utilizado neste processo, e o rio que fluía perto deste local está cada vez com menos caudal. Tudo isto afecta a agricultura e pode afectar as populações no futuro. É uma contradição, porque cada vez se procura por mais Lítio por uma mobilidade mais amiga do ambiente, e ao mesmo tempo, grandes áreas responsáveis por produzir este minério estão a secar e a trazer consequências negativas para as pessoas que lá vivem.
Talvez a solução passe por distribuir pelo globo os vários pontos de extração, em vez de concentrar tudo em apenas alguns países, e assim minimizar os efeitos secundários decorrentes deste processo para as populações locais. Actualmente a Austrália também produz Lítio, utilizando um método diferente, extraíndo o minério directamente da rocha.
Aqui se mostra o que se passa no Chile, no chamado triângulo do Lítio. Uma bateria de um telemóvel precisa de algumas gramas de Lítio. Para um Tesla são necessários 10 a 15Kg. Tal como o petróleo, é um recurso limitado, mas todos os anos se sente a pressão de aumentar cada vez mais as quotas de produção. Por quanto mais tempo, o nosso planeta aguentará a sede energética de mais de 7 mil milhões de pessoas?
Torna-se óbvio que as baterias da nova geração de carros, não pode depender unicamente da extração de Lítio e outros minerais necessários. Não podemos depender completamente das minas para obter os materiais necessários para produzir as baterias que todos os carros precisarão nos próximos anos. E é aqui que entra a necessidade de desenvolver processos de reciclagem para voltar a recuperar os metais e outros elementos às baterias em fim de vida.
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