sábado, 28 de setembro de 2019

Um tema sensível: a origem do Lítio

Biosfera, episódio 26 / temporada 17 (RTP) - 26 de Setembro de 2019: O Lítio em Portugal

Neste episódio aprendemos duas formas de extração de lítio: a que está em curso na América do Sul fazendo recurso a lagos salgados semelhante às salinas, e aquela retirada directamente da rocha que a Austrália já implementa, e que se pretende também fazer aqui em Portugal.
Embora suscite muitos receios por parte dos locais onde as análises e a prospeção estão em curso, penso que estamos de acordo que zonas protegidas devem continuar a ser protegidas. Quanto às restantes, parece-me que a extração pode ser realizada de uma forma segura sem impactos gravosos para o ambiente, desde que todos os cuidados sejam aplicados desde o início, e não fazendo-a de qualquer maneira apenas buscando o baixo custo.
É interessante ver como de repente o medo se instala quando se vê a possibilidade de minas nas vizinhanças. Enquanto que no petróleo, a extração acontece bem lá longe nas Arábias, para nós está tudo bem... quando acontece bem cá perto, já é um problema. Isto não soa a um comportamento hipócrita?


Este é um documentário feito em 2010 sobre o ouro branco da Bolívia. Ainda estávamos nos inícios da revolução eléctrica. Como a pressão mundial se fazia sentir sobre a presidência de Evo Morales, e como esta mesma pressão pode estar a esgotar os recursos naturais da Bolívia. Este é o problema que muitos países enfrentam: ou deixam os seus recursos ser explorados para trazer riqueza às populações nativas podendo, no reverso da moeda, trazer consequências futuras, ou deixam-se ficar na pobreza. Se nos colocássemos nos seus sapatos, o que faríamos?
Apesar desta questão sem resposta, uma lição se pode tirar a partir da experiência deste país. O governo não se deixou levar pela pressão das grandes corporações estrangeiras, mas também não rejeitou a exploração deste recurso. Preferiu em primeiro estudar a forma mais eficiente e menos impactante de explorar este recurso, de forma a evitar os mesmos erros do passado. Deliberadamente atrasou a disponibilização deste elemento ao mundo.


Este vídeo mais recente explica como actualmente se processa a extração do Lítio. É o processo de mais baixo custo, e apenas envolve bombear água para o subsolo para depois levá-la para piscinas, onde por evaporação apenas fica o sal. Sal cheio de minerais como o Lítio, Potássio e Magnésio. É um processo físico e 100% natural sem utilização de químicos artificiais. Este sal é depois reencaminhado para uma refinaria onde a separação dos minerais é feita.
Contudo, um problema sério surge aqui. Bastante água é utilizado neste processo, e o rio que fluía perto deste local está cada vez com menos caudal. Tudo isto afecta a agricultura e pode afectar as populações no futuro. É uma contradição, porque cada vez se procura por mais Lítio por uma mobilidade mais amiga do ambiente, e ao mesmo tempo, grandes áreas responsáveis por produzir este minério estão a secar e a trazer consequências negativas para as pessoas que lá vivem.


Talvez a solução passe por distribuir pelo globo os vários pontos de extração, em vez de concentrar tudo em apenas alguns países, e assim minimizar os efeitos secundários decorrentes deste processo para as populações locais. Actualmente a Austrália também produz Lítio, utilizando um método diferente, extraíndo o minério directamente da rocha.


Aqui se mostra o que se passa no Chile, no chamado triângulo do Lítio. Uma bateria de um telemóvel precisa de algumas gramas de Lítio. Para um Tesla são necessários 10 a 15Kg. Tal como o petróleo, é um recurso limitado, mas todos os anos se sente a pressão de aumentar cada vez mais as quotas de produção. Por quanto mais tempo, o nosso planeta aguentará a sede energética de mais de 7 mil milhões de pessoas?
Torna-se óbvio que as baterias da nova geração de carros, não pode depender unicamente da extração de Lítio e outros minerais necessários. Não podemos depender completamente das minas para obter os materiais necessários para produzir as baterias que todos os carros precisarão nos próximos anos. E é aqui que entra a necessidade de desenvolver processos de reciclagem para voltar a recuperar os metais e outros elementos às baterias em fim de vida.

terça-feira, 23 de julho de 2019

Um ano depois, e sempre a poupar

Neste mês de Julho, faz um ano que tenho o meu carro eléctrico, e, por isso, faz todo o sentido fazer as contas para tentar saber quanto efectivamente poupei por ter trocado um carro a diesel por eléctrico.

Ora aqui seguem todos os dados dos últimos 3 anos, no qual nos primeiros 2 anos conduzia um veículo de combustão a diesel, e no último ano, fiz a transição para eléctrico:

Tendo em conta que conduzia (e continuo a fazer) cerca de 15.000 km por ano, com um consumo que não ia abaixo dos 5 litros por cada 100 km, e considerando o preço do gasóleo de 1,25€ por litro, estava a gastar à volta de 940€ apenas no combustível durante um ano.


Olhando para os dois anos anteriores, gastava em média cerca de 70€ de electricidade por mês, e após a mudança, apenas passei a pagar 80€ por mês... Relativamente a 2017/2018, houve um acréscimo de 8,18€ que ao fim do ano corresponde a aproximadamente 100€.
Estou basicamente a comparar um custo de 940€ anuais que tinha com o diesel, para apenas 100€.
E nem sequer estou a considerar os custos que tinha com a manutenção: 300€ na revisão anual, e era comum haver uma visita adicional à oficina para alguns arranjos que nunca eram menos que 200€. Resumindo, nunca gastava menos de 500€ num ano em idas à oficina. No meu C0, gastei 20€ no substituição do filtro do ar!

Tenho de confessar que nem sempre carregava o meu carro em casa, e aproveitei muitas vezes a electricidade grátis do local de trabalho, mais uma meia-dúzia de vezes que utilizei a rede mobi-e. Por isso, se utilizasse 100% da energia de casa, estas seriam as contas:

Custo = Consumo por 100 km (KWh) / 100km / eficiência de carregamento * Custo do KWh (€) * Kilometragem anual (km)

Consumo por 100 km = 12 KWh
Eficiência de carregamento = 0,8
Custo do KWh = 0,16€
Kilometragem anual = 15.000 km

Custo anual = 12 KWh / 100 km / 0,8 * 0,16€ * 15.000 km = 360€ (ano)
Custo mensal = 30€ (mês)

Comparando com os 940€, mesmo assim estamos a falar de uma poupança de mais de 60%. Devem ter notado, que estou a usar a tarifa simples de 0,16€/KWh. Se usasse a bi-horária de cerca de 0,10€/KWh, o custo baixaria para 225€ (poupança de mais de 75%).
Por isso, concluindo, só neste ano que passou, poupei 940€ (gasóleo) + 500€ (manutenção do diesel) + 21€ (IUC) - 100€ (electricidade) - 20€ (manutenção do C0) = 1341€

Se ainda quisesse comparar com um carro a gasolina, em vez de gasóleo, os resultados seriam ainda mais expressivos. Considerando o preço da gasolina de 1,50€/litro e um consumo de 6 litros/100km, para uma kilometragem de 15.000 km anuais, estamos a falar de uma despesa de 1350€ (em vez dos 940€ do diesel). Se apenas adicionarmos os 300€ de revisão anual nas despesas de manutenção (normalmente a manutenção é mais barata num carro a gasolina), falamos de 1650€ por ano de despesas a que temos de acrescentar o IUC, que para os valores actuais, rondam os 150€. Temos por isso, uma despesa de 1800€ por ano.
Para que a comparação seja mais realista, vou acrescentar aos 360€ de electricidade do VE, 150€ para a manutenção. Neste caso em particular, a poupança para o eléctrico, seria de 72% para a tarifa simples, e quase 80% para a bi-horária!!!!

Estas é uma das grandes vantagem de conduzir um VE: custo de combustível muito mais baixo, e manutenção muito mais reduzida. Assim vale a pena!!!

terça-feira, 23 de abril de 2019

A Beleza está de volta

Após um longo período sem publicações, mas sempre a desfrutar de uma condução suave, despreocupada, e sem fumos, eis que estou de volta com novas notícias e outras novidades.
Para já, deixo algumas fotos dos meus passeios. Até já.


Oliveira do Bairro

Praia da Costa Nova

 Quiaios (viagem de 53km x 2)

Quiaios (outra perspectiva)